A DISTÂNCIA ENTRE O PLANEJAMENTO DE SALVADOR E A PARTICIPAÇÃO SOCIAL EFETIVA
DOI:
https://doi.org/10.25247/2447-861X.2024.n262.p518-551Palavras-chave:
Participação social efetiva, Periferia urbana, Lugar de periferia, EspacialidadeResumo
O contexto de problemática socioespacial que envolve a pesquisa que alicerça este artigo caracteriza-se pela ineficácia histórica e estratégica dos meios de participação disponibilizados pelos órgãos públicos de maneira geral e, em especial, pelas prefeituras municipais, e o consequente distanciamento dos moradores de periferia do planejamento e da gestão do município. Tais meios são ineficazes à efetivação da participação social inicialmente por estarem distantes – da concepção à prática – das realidades dos diversos lugares, o que impede que os sujeitos atingidos pelas ações sejam agentes tomadores de decisões. Longe da efetivação e ao contrário dela tem-se, cada vez mais explícita, a apropriação estratégica – pelos órgãos públicos – da participação social enquanto discurso, fator que contribui para a perpetuação da injustiça social, manutenção do status quo no que se refere às ações de planejamento urbano e o favorecimento das elites dominantes, historicamente representadas pelo Estado. A pesquisa traz elementos do distanciamento entre a participação social efetiva e o planejamento na cidade de Salvador/Bahia/Brasil e conclui pela emergência de um empoderamento dos sujeitos de periferia a partir da valorização das relações de vivência que configuram seus diversos lugares, trazendo a espacialidade como caminho à efetivação da participação social, por meio da consciência espacial.
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