Povos originários e cenário pós-pandemia: o Bem Viver como uma experiência de sociedade possível
Resumen
A partir da crise social, ambiental e sanitária que nos encontramos na pandemia do coronavírus, qual sociedade queremos no futuro que se desenhará no período pós-pandemia? O presente texto se inquieta com o porvir do momento que estamos passando e coloca em discussão um outro modo de vida inspirado nos povos indígenas, o Bem Viver. Para isso tem como objetivo refletir como é possível uma ressignificação da relação com a Natureza a partir da experiência dos povos originários, por meio da conceituação desse modo de vida como possibilidade para a sociedade ocidentalizada e da análise dos objetivos e funções do Bem Viver frente à uma realidade pós-pandemia. Os caminhos metodológicos foram uma abordagem qualitativa, pesquisa bibliográfica e exploratória, para a análise dos dados lançamos mão da técnica da hermenêutica dialética. Concluímos que o Bem Viver é uma possibilidade viável para o cenário pós-pandemia, pautando-se em ações coletivas e tendo todas as formas de vida como fio condutor. Para isso é importante que haja uma escolha por ressignificação da relação homem e Natureza guiando-se pelo respeito, harmonia e valorização de todas as formas de vida por meio de processos educativos.
Citas
ACOSTA, A. O Bem Viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos. São Paulo: Autonomia Literária/Elefante, 2016.
ARAUZ, A. Post-crecimiento y buen vivir: las relaciones de poder del crecimiento para el buen vivir. In: ENDARA, G. Post-crecimiento y vuen vivir: propuestas globales para la construcción de sociedades equitativas y sustentables. Quito: Friedrich-Ebertstiftung (FES- ILDIS), 2014, p. 273-287
BURGOS, C. C. Buen vivir: escenarios em disputa y nuevos sentidos para la educación. In: TEJADA, C. F. (coord.). Educación y Buen Vivir: reflexiones sobre su construcción. Quito: Contrato Social por la Educación, 2012, p. 63-78.
CÉSPEDES, D. C. Hacia la reconstrucción del Vivir Bien. América Latina em Movimiento: Sumak Kawsay: recuperar el sentido de vida, Quito, n. 452, p. 8-13, fev. 2010.
DÁVALOS, P. Reflexiones sobre el sumak kawsay (Buen Vivir) y las teorias del desarrollo. ALAI, Quito, 2010. Disponível em: < https://www.alainet.org/es/active/25617>. Acesso em: 03 jul. 2019.
FERNÁNDEZ, B. Educación popular y “buen vivir”: interacciones en lo pedagógico. Revista Internacional sobre Investigatión en Educación Global y para el Desarrollo, n. 10, p. 15- 28, 2016.
GRZYBOWSKI, C. Mudar mentalidade e práticas: um imperativo. Democracia Viva, Rio de Janeiro, n. 43, p. 58-62, set. 2009.
GUDYNAS, E. Buen Vivir: germinando alternativas al desarrollo. América Latina em Movimiento, Quito, n. 462, p. 1-20, 2011.
GUDYNAS, E. Transições ao pós-extrativismo: sentidos, opções e âmbitos. In: DILGER, G. et al (orgs.). Descolonizar o imaginário: debates sobre pós-extrativismo e alternativas ao desenvolvimento. São Paulo: Fundação Rosa Luxemburgo, Autonomia, Elefante, 2016, p. 174-213.
IBÁÑEZ, M. R. Ressignificando a cidade colonial e extrativista: bem viver a partir de contextos urbanos. In: Descolonizar o imaginário: debates sobre pós-extrativismo e alternativas ao desenvolvimento. São Paulo: Fundação Rosa Luxemburgo, Autonomia, Elefante, 2016, p. 296-335.
JARA, O. Buen vivir y educación. Revista Internacional sobre Investigación en Educación Global y para el Desarrollo, n. 10, p. 7-14, 2016.
KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. Companhia das Letras, 2019.
KRENAK, Ailton. O amanhã não está à venda. Companhia das letras, 2020.
LANG, M. Alternativas ao desenvolvimento. In: Descolonizar o imaginário: debates sobre pós-extrativismo e alternativas ao desenvolvimento. São Paulo: Fundação Rosa Luxemburgo, Autonomia, Elefante, 2016, p. 24-45.
LARREA, A. M. El buen vivir como alternativa civilizatória. In: ENDARA, G. Post- crecimiento y buen vivir: propuestas globales para la construcción de sociedades equitativas y sustentables. Quito: Friedrich-Ebertstiftung (FESILDIS), 2014.
LEDEZMA, N. A. Educación de la vida y em la vida, para vivir bien. Revista Internacional sobre Investigatión en Educación Global y para el Desarrollo, n. 10, p. 43-56, 2016.
MESCHKAT, K. Os governos progressistas e as consequências do neoextrativismo: interesse geral da nação versus interesses particulares. In: DILGER, G. et al. (orgs.). Descolonizar o imaginário: debates sobre pós-extrativismo e alternativas ao desenvolvimento. São Paulo: Fundação Rosa Luxemburgo, Autonomia, Elefante, 2016, p. 336-351.
MINTEGUIAGA, A. Nuevos paradigmas: educación y buen vivir. In: TEJADA, F. C. (coords.). Educación y Buen Vivir: reflexiones sobre su construcción. Quito: Contrato Social por la Educación, 2012, p. 43-54.
MORENO, C. Des-desarollo como antesala para el buen vivir: repensar la civilización de occidente. In: ENDARA, G. Post-crecimiento y buen vivir: propuestas globales para la construcción de sociedades equitativas y sustentables. Quito: Friedrich-Ebertstiftung (FES- ILDIS), 2014.
PAÉZ, D. A. Educación para el buen vivir: aproximaciones y distancias. In: TEJADA, F. C. (coord.). Educación y Buen Vivir: reflexiones sobre su construcción. Quito: Contrato Social por la Educación, 2012, p. 111-116.
PALLASCO, M. Educación y el buen vivir. In: TEJADA, F. C. (coord.). Educación y Buen Vivir: reflexiones sobre su construcción. Quito: Contrato Social por la Educación, 2012, p. 117-124.
SANTILLI, J. Socioambientalismo e novos direitos: proteção jurídica à diversidade biológica e cultural. Fundação São Paulo: Petrópolis, 2005.
SANTOS, Boaventura de Sousa. A cruel pedagogia do vírus. Coimbra: Edições Almedina, abr. 2020.