VEGANISMO E INTERSECCIONALIDADES: SAÚDE HUMANA, ANIMAIS, MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE

Autores

  • Caroline Novaes Bohier

Palavras-chave:

veganismo, vegano, animais, interseccionalidade, feminismo, anti-classicismo, antirracismo

Resumo

Este trabalho pretende apresentar o veganismo a partir de uma perspectiva teórica e metodológica da interseccionalidade. Os argumentos do porquê adotar o veganismo, de acordo com a The Vegan Society, são: saúde, causa animal, meio ambiente e sociedade. A presente escrita apresenta cada um deles pensando nas intersecções possíveis. Primeiramente, considera-se o fato de que o consumo de produtos derivados de animais faz muito mal à saúde humana, principalmente para população pobre e periférica, processo chamado nutricídio. No caso dos animais, o sofrimento é imenso, principalmente das fêmeas, exploradas como animais, fêmeas e mães. Visto que o agronegócio visa apenas ao lucro, a relação especista que os humanos estabelecem com outros animais só vai mudar se for alterada a centralidade do lucro. No caso do meio ambiente, as pessoas mais afetadas por esse modelo são as pessoas negras. No caso da sociedade, é importante repensar a relação com os animais devido às doenças e pandemias geradas por esse vínculo. Tema caro também ao veganismo deve ser a fome. O agronegócio, pensando apenas no lucro, gourmetiza certos produtos (incluindo os veganos) enquanto muitas pessoas passam fome. Todos os temas demonstram que o veganismo é um movimento político e anti-opressões.

Biografia do Autor

Caroline Novaes Bohier

Mestranda em Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Bacharel em Psicologia pela
Universidade Federal Fluminense (UFF).

Referências

ABREU, G. O que motivou o abate de visons na Holanda e Dinamarca? USP, 2020. Disponível em: <https://jornal.usp.br/ciencias/o-que-motivou-o-abate-de-visons-na-holanda-e-dinamarca/>. Acesso em: 09 de dezembro de 2020.

ADAMS, C. (1990). Política sexual da carne: Uma teoria crítica feminista-vegetariana. 2ª edição. São Paulo: Alaúde, 2018.

AKOTIRENE, C. Interseccionalidade. 1ª edição. São Paulo: Editora Pólen, 2019.

ALIANÇA PELO MARXISMO E A LIBERTAÇÃO ANIMAL. XVIII teses do marxismo e exploração animal. Tradução de Monalisa Almeida Cesetti Gomyde. Revista latinoamericana de estudios criticos animales, n. 6, v. 10, 2019. p. 178-198.

ALMEIDA, S. Racismo estrutural. Belo Horizonte: Letramento, 2018.

ANDRADE, P. Evolução do consumo de carnes no Brasil e no mundo. Brasil: Scot consultoria, 2019. Disponível em: <https://www.scotconsultoria.com.br/imprimir/noticias/50115>. Acesso em: 17 agosto 2020.

BEAUVOIR, S. (1949). O segundo sexo: fatos e mitos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016. 1 v.

BOHIER, C. N.; SILVEIRA, L. A necropolítica sobre gestação e maternidade: o posicionamento ético-político do(a) Psicólogo(a) no Sistema Único de Saúde (SUS). Dignidade Re-Vista, v.6, n.10, jul 2020.

BOHIER, C. N., SOUZA, L. G. S. Consumo de produtos derivados de animal: justificativas para o carnismo. [artigo submetido]

BRITISH DIETETIC ASSOCIATION. British dietetic association confirms well planned vegan diets can support healthyliving in people of all ages. BDA, 2017. Disponível em: <https://www.bda.uk.com/resource/british-dietetic-association-confirms-well-planned-vegan-diets-can-support-healthy-living-in-people-of-all-ages.html>. Acesso em 23 de fevereiro de 2021.

BRUERS, S. In defense of eating vegan. Journal of agricultural and environmental ethics, v. 28 , n., 4, p. 705-717, 2015.

CARMO, I. (2013). “Viva o feminismo vegano!”: Gastropolíticas e convenções de gênero, sexualidade e espécie entre feministas jovens. (Dissertação de mestrado). Disponível em <https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/18540/1/Disserta%c3%a7ao%20de%20%c3%8dris%20Nery%20do%20Carmo.pdf>.

CASTRO, L. Falatório: participação e democracia na Escola: 1 ed. Rio de Janeiro: Editora Mauad, 2010.

Definition of veganism. The Vegan Society. Disponível em: <https://www.vegansociety.com/go-vegan/definition-veganism>. Acesso em: 19 de setembro de 2020.

DELFORT, C. Dominion. Melbourne: 2018. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=LQRAfJyEsko>. Acesso em 13/10/2020.

EMBRAPA. Estatísticas | Desempenho da produção. Santa Catarina, 2019. Disponível em: <https://www.embrapa.br/suinos-e-aves/cias/estatisticas>. Acesso em: 15 agosto 2020.

FAO. Food and Agriculture Organization of the United Nations. (2012). Criar cidades mais verdes. Rome: Italy.

___. Food and Agriculture Organization of the United Nations. (2006). Livestock’s long shadow: environmental issues and options. Rome: UN.

FERNANDES, S. Pedagogia crítica como práxis marxista humanista: perspectivas sobre solidariedade, opressão, e revolução. Educação & Sociedade, Campinas, v. 37, n. 135, p. 481-496, abr-jun, 2016.

FLOR, T. O que é racismo ambiental. Portal Geledés, 2020. Disponível em: <https://www.geledes.org.br/o-que-e-racismo-ambiental/>. Acesso em: 07 de dezembro de 2020.

FREIRE, P. (1970). Pedagogia do oprimido. 17ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

GRIGORI, P. 118 agrotóxicos são aprovados durante a pandemia, liberação é ‘serviço essencial’. Disponível em: <https://reporterbrasil.org.br/2020/05/96-agrotoxicos-sao-aprovados-durante-a-pandemia-liberacao-e-servico-essencial/> . Acesso em: 15 de outubro de 2020.

HERCULANO, S; PACHECO, T. Racismo ambiental, o que é isso. Rio de Janeiro: Projeto Brasil Sustentável e Democrático: FASE, 2006.

HOLT-GIMENEZ, E. We Already Grow Enough Food For 10 Billion People -- and Still Can't End Hunger. Huffpost, 2012. Disponível em: <https://www.huffpost.com/entry/world-hunger_b_1463429?guccounter=1&guce_referrer=aHR0cHM6Ly93d3cuZ29vZ2xlLmNvbS8&guce_referrer_sig=AQAAANsmXv2yrNBmZTc6g-SNuxBfY_X98MFI_L_lcU_Blg07WLvLQmKqZ2oaOARThkBRneqrjlbZqe-x3AlUBK6GB5A976ILZaa6hPqArUf20HV8cka-ZVZjNqipPV1ZLokw0FDxhY6xIMrUHqHWYSwBleSsDfKGh8EAe2ZiZl1zMfw0>. Acesso em: 09 de dezembro de 2020.

IBOPE. Pesquisa de opinião pública sobre vegetarianismo. Brasil: IBOPE, 2018. Disponível em: <https://www.svb.org.br/images/Documentos/JOB_0416_VEGETARIANISMO.pdf>. Acesso em: 17 agosto 2020.

JOY, M. Why we love dogs eat pigs and wear cows: An introduction to carnism, the belief system that enables us to eat some animals and not others. San Francisco: Conari Press, 2010.

LONDERO, D. “Você é o que você come”:o veganismo enquanto estilo de vida e ativismo político. 2019. 109f. Dissertação de mestrado - Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2019.

MARGULIS, S. Causes of deforestation of the Brazilian Amazon. World Bank Working Paper n. 22. Washington: World Bank, 2003.

MELINA, V., CRAIG, W., & LEVIN, S. Position of the Academy of Nutrition and Dietetics: Vegetarian Diets. Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, v. 116, n. 12, 1970-1980, 2016. doi: 10.1016/j.jand.2016.09.025.

MOTA, AN. G.; SANTOS, K. W. (Orgs). Libertação animal, libertação humana: veganismo, política e conexões no Brasil. 1ª edição. Juiz de Fora, MG: Editora Garcia, 2020.

PAIM, C. S. & ALONSO, W. J. Pandemias, saúde global e escolhas pessoais. Tradução de Liane Reis. Alfenas (MG): Cria Editora, 2020.

PEDRO, N. Dieta vegetariana – factos e contradições. Medicina interna, v.17, n.3, 2010.

RIBEIRO, D. Quem tem medo do feminismo negro?. São Paulo: Schwarcz. 2018.

SANTOS, M. P. A., NERY, J. S., GOES, E. F., SILVA, A., SANTOS, A. B. S., BATISTA, L. E., & ARAÚJO, E. M. População negra e COVID-19: Reflexões sobre racismo e saúde. Estudos Avançados, v. 34, n.99, p.225-243, 2020.

SANTOS, M.; GLASS, V. (Orgs). Altas do agronegócio: fatos e números sobre as corporações que controlam o que comemos. Rio de Janeiro : Fundação Heinrich Böll, 2018.

SOUZA, ATKINSON & MONTAGUE. Perceptions about veganism. Vegan Society, 2020. Disponível em: <https://www.vegansociety.com/get-involved/research/research-projects/perceptions-about-veganism>. Acesso em: 12 de fevereiro de 2021.

SINGER, P. (1975). Libertação animal. Porto Alegre: Lugano, 2004.

THOMPSON, J. B. (1990). Ideology and modern culture. Critical social theory in the era of mass communication. Cambridge: Polity.

VAINER, L. Entre o encardido, o branco e o branquíssimo: branquitude, hierarquia e poder na cidade de São Paulo. 1ª edição. São Paulo: Veneta, 2020.

Downloads

Publicado

2025-08-19

Como Citar

Bohier, C. N. (2025). VEGANISMO E INTERSECCIONALIDADES: SAÚDE HUMANA, ANIMAIS, MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE. Revista Latino-Americana De Direitos Da Natureza E Dos Animais, 6(1-2), 346–375. Recuperado de https://portaldeperiodicos.ucsal.br/index.php/rladna/article/view/1294