NOTAS SOBRE EDUCAÇÃO POPULAR

Autores

  • Cláudio Perani

DOI:

https://doi.org/10.25247/2447-861X.2009.n233.p97%20-%20106

Resumo

Reuniram-se em Salvador, Bahia, de 4 a 9 de agosto, mais de 250 participantes do Congresso organizado pelo Movimento Leigos para a América Latina (MLAL) sobre o tema: A contribuição das experiências de Educação Popular para a transformação das instituições e da sociedade civil. Na grande maioria, eram voluntários italianos trabalhando na América Latina mais alguns representantes de experiências de Educação Popular e assessores de vários países da América Latina e da Itália. Os voluntários italianos são um grupo bem definido de cristãos pertencentes a um movimento que se define - nas palavras de seu Presidente, Amedeo Piva - através de três referências fundamentais: centralidade e primado da pessoa, pluralismo exigido pela inspiração cristã e o popular. Os objetivos do Congresso eram ambiciosos: confrontar as experiências de Educação Popular, avaliar e aprofundá-las teoricamente, estimular intercâmbios e articulações... A heterogeneidade das situações e das experiências, o grande número de participantes e o pouco tempo de um Congresso não permitiram avançar muito na linha desejada. De outro lado, a própria homogeneidade dos participantes cristãos, agentes ou assessores em Educação Popular, representava um potencial e um limite. Isso não elimina a importância do Congresso, que - além de outros merecimentos - serviu para constatar a contribuição que os voluntários italianos estão dando ao movimento popular latino-americano. Não pretendo apresentar uma síntese do desenvolvimento e dos resultados dos trabalhos, menos ainda uma avaliação global do encontro: seria difícil pela complexidade e diversidade das colocações. O encontro revelou sem dúvida, uma grande riqueza de experiências educativas estimuladas pela colaboração dos voluntários italianos, juntamente com um bom nível de reflexão. Em relação ao Congresso, algumas críticas já apareceram: lamentam sobretudo o pouco espaço dado à voz dos voluntários e, ao contrário, a excessiva confiança na palavra dos assessores. Retomo isso porque revela uma certa contradição com a perspectiva da educação popular e porque pretendo sobre isso fazer umas reflexões. Minha intenção se limita, em primeiro lugar, a apresentar e comentar parte do conteúdo, utilizando uma síntese feita por Luís Alberto Gomes de Souza. Em segundo lugar, aproveito a ocasião para acenar a duas questões que vão além do Congresso e que, pelo menos no Brasil, estão presentes na problemática da Educação Popular: a questão da consciência popular e a questão da organização. Duas partes bem definidas e diferenciadas.

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Publicado

2009-06-17

Como Citar

Perani, C. (2009). NOTAS SOBRE EDUCAÇÃO POPULAR. Cadernos Do CEAS: Revista crítica De Humanidades, (233), 97–106. https://doi.org/10.25247/2447-861X.2009.n233.p97 - 106

Edição

Seção

Artigos

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