ENTRE A VIDA E A MORTE: A NECROPOLÍTICA NA ERA DA COLONIZAÇÃO E DA INIMIZADE
DOI :
https://doi.org/10.25247/2447-861X.2025.n264.p116-145Mots-clés :
Necropolítica, Colonialismo, Neoliberalismo, Corpos subalternos, InimizadeRésumé
O presente artigo investiga as intersecções entre necropolítica, colonialismo e neoliberalismo, destacando como essas dinâmicas afetam a vida de corpos subalternos. Argumenta-se que a colonização despersonaliza indivíduos, transformando-os em mercadorias e relegando-os a zonas de inexistência social. A análise se fundamenta em conceitos de inimizade e controle social, evidenciando que a identificação de inimigos é crucial para a manutenção de sociedades marcadas pela exclusão. A necropolítica é um sistema que não apenas regula a vida, mas também decide quem merece viver e quem pode ser descartado, refletindo uma lógica de poder que prioriza determinados corpos em detrimento de outros. Enfatiza-se a importância de dar voz às narrativas subalternas, rompendo com a cultura de apagamento promovida pelo colonialismo e pelo neoliberalismo. Ao contar essas histórias, busca-se revelar as engrenagens do poder global e desafiar as estruturas que perpetuam desigualdade e violência. Este estudo contribui para uma compreensão mais profunda das formas contemporâneas de opressão e das relações de poder que moldam a experiência de grupos marginalizados na sociedade atual.
Références
CAMINHA, Pero Vaz de. A carta de Pero Vaz de Caminha. (1500). Disponível em: <https://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/carta.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2023.
CÉSAIRE, Aime. Discurso sobre o colonialismo. Tradução de Claudio Willer, ilustração de Marcelo D’Salete e cronologia de Rogério de Campos. São Paulo: Veneta, 2020.
DUARTE, A. M. Biopolítica e resistência: o legado de Michel Foucault. In: RAGO, Margareth. VEIGA-NETO, Alfredo (org.). Figuras de Foucault. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
FANON, Frantz. Os condenados da terra. 1. ed. Tradução de Ligia Fonseca Ferreira, Regina Salgado Campos. Rio de Janeiro: Zahar, 2022.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Sebastião Nascimento e colaboração de Raquel Camargo, prefácio de Grada Kilomba, posfácio de Deivison Faustino e textos complementares de Francis Jeanson e Paul Gilroy. São Paulo: Ubu Editora, 2020.
FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade: curso no Collège de France (1976). Tradução de Maria Ermantina Galvão. 2. ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010
FOUCAULT, Michel. Questions à Michel Foucault sur La géographie. In: Hérodote - stratégies - géographie - idéologie. Revue trimestriel, Paris: François Maspero, nº 1, p. 71- 85, jan.- mar., 1976.
GONZALEZ, Lélia. O movimento negro na última década. In: GONZALEZ, Lélia; HASEMBALG, Carlos. Lugar de Negro. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1982.
GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. In: Revista Ciências Sociais Hoje, Anpocs, 1984, p. 223-244.
HAN, Byung-Chul. Topologia da violência. Tradução de Enio Paulo Gianchini. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.
JESUS, Carolina Maria de. Quarto de Despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 1960.
MBEMBE, Achille. Políticas de inimizade. Tradução de Sebastião Nascimento. São Paulo: n-1 Edições, 2020.
MBEMBE, Achille. Necropolitics. Tradução de Libby Meintjes. Public Culture, v. 15, ed. 1, p. 11-40, 2003. Disponível em: https://read.dukeupress.edu/public culture/article/15/1/11/31714/Necropolitics. Acesso em: 3 jul. 2023.
MBEMBE, Achille. Crítica da razão negra. Tradução de Sebastião Nascimento. São Paulo: n-1 Edições, 2018.
MEMMI, Albert. Retrato do colonizado precedido de retrato do colonizador. 4. ed. Prefácio de Jean-Paul Sartre e tradução de Marcelo Jacques de Moraes. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2023.
O AUTO da Compadecida. Direção de Guel Arraes. Roteiro de Adriana Falcão, Guel Arraes e João Falcão. Rio de Janeiro: Globo Filmes, 1999. 1 filme (104 min).
RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. São Paulo: Record, 2014.
SCHMITT, Carl. O conceito do político. Portugal: Edições 70, 2015.
SAFATLE, V. A economia é a constinuação da psicologia por outros meios: sofrimento psíquico e o neoliberalismo como economia moral. In: SAFATLE, V.; JÚNIOR, N. da S.; DUNKER, C. (org.). Neoliberalismo como gestão do sofrimento psíquico. São Paulo: Autêntica, 2020, p. 17-46.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? 1. ed. Tradução Sandra Regina Goulart Almeida; Marcos Pereira Feitosa; André Pereira. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2010.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence

Ce travail est disponible sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International .
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à Cadernos do CEAS o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta Revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que reconheça e indique a autoria e a publicação inicial nesta Revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer momento depois da conclusão de todo processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).