POBRES E RICOS

Autores/as

  • Cláudio Perani

DOI:

https://doi.org/10.25247/2447-861X.2009.n233.p150%20-%20156

Resumen

Faz tempo algo está mudando na Igreja do Brasil. Constatamos todo um esforço de vastos setores em direção a uma “pastoral popular”, uma pastoral prioritariamente preocupada com as camadas populares. os setores da sociedade mais oprimidos e marginalizados, operários, biscateiros, camponeses, a grande maioria do povo brasileiro que ocupa o campo e os grandes bairros periféricos das cidades. Entram nesta perspectiva grande parte do trabalho das comunidades eclesiais de base, vários movimentos especializados de lavradores e operários, as Comissões Pastorais da Terra, o Conselho Indigenista Missionário, centros sociais urbanos, ate. Atrás desta orientação há uma opção evangélica, o desejo de favorecer os "pobres", de viver no meio deles, de realizar um trabalho que seja efetivamente sinal de libertação para os oprimidos. Parece ser possível constatar que esta orientação, que sempre esteve presente na história da Igreja, mas quase sempre minoritária e abafada por uma orientação oficial ou aprisionada por vários equívocos e ilusões, consegue hoje alcançar uma certa amplitude chegando a pôr vários questionamentos. Descobre-se o paternalismo da perspectiva antiga que buscava levar o rico a ajudar alguns pobres, deixando estes últimos numa situação de maior dependência e na mesma ou maior pobreza; descobre-se quanto a igreja ficou presa pela mentalidade individualizante, sem possibilidade de perceber os problemas estruturais, os problemas sociais gerais. Tais questionamentos não ficam no âmbito de alguns grupos de base isolados, mas chegam a ser postos pela Comissão Representativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Na Comunicação de 25 de outubro de 1976 os bispos reconhecem o “duplo tratamento” que a nossa sociedade reserva aos “pobres” e aos “poderosos”; afirmam que a igreja deve seguir o exemplo de Cristo: “sua opção e seus prediletos são os fracos e os oprimidos”; e, por fim, reconhecem o erro da antiga pregação, que aconselhava “paciência e resignação”.

Publicado

2009-06-17

Cómo citar

Perani, C. (2009). POBRES E RICOS. Cadernos Do CEAS: Revista crítica De Humanidades, (233), 150–156. https://doi.org/10.25247/2447-861X.2009.n233.p150 - 156

Número

Sección

Artigos

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