PASTORAL POPULAR E ASSALARIADOS RURAIS
DOI:
https://doi.org/10.25247/2447-861X.2009.n233.p74%20-%2086Resumen
O homem rural não pode ser esquecido! Parece uma afirmação supérflua ou contrária â realidade dos fatos, sobretudo quando colocada dentro do âmbito do trabalho desenvolvido pela igreja que - como todos sabem - tem uma presença marcante no campo. Reconhecemos o grande número de pequenas comunidades eclesiais que se desenvolveram no interior do Brasil e a importância da solidariedade e das denúncias da igreja particularmente no que se refere aos conflitos de terra, conjunturalmente muito importantes; contudo, diante da variedade e complexidade da situação rural e, sobretudo, diante do contínuo aumento da massa de trabalhadores rurais assalariados, a afirmação inicial de alerta pode ter um sentido. Neste ano de 1983 tivemos ocasião de participar de 2 importantes encontros nacionais da pastoral popular, o encontro das Comunidades Eclesiais de Base, em Canindé, e a assembléia da Comissão Pastoral da Terra, em Goiânia. Em ambos os encontros apareceu violentamente a questão da terra. O problema dos assalariados rurais foi levantado, teve um certo tratamento, sobretudo na reunião da CPT, mas não foi possível aprofundá-lo e ampliá-lo. Tal dificuldade existe também nas bases onde se percebe a existência de bóias-frias, diaristas, peões, volantes, braçais..., sem saber como aproximá-los e como poder estar a serviço da luta dessas categorias. Reconhecemos a importância fundamental das lutas pela terra, as muitas vitórias dos posseiros e o processo de recamponesação em andamento em muitas áreas. Queremos considerar a problemática de uma outra faixa de trabalhadores rurais, os assalariados, cujas lutas são importantes também para a luta dos próprios posseiros. O vasto mundo dos assalariados rurais desafia a pastoral popular e a igreja como um todo. Ficando nesse âmbito eclesial, desejamos levantar a questão e tentar algumas interpretações iniciais, cientes dos limites das afirmações, pois a pastoral popular não oferece nesse setor uma grande experiência. Além do mais, pretendemos ficar mais restritos ao âmbito do Nordeste, em particular, da Bahia, achando contudo que determinados questionamentos podem ter um valor para a pastoral do Brasil todo, não somente no âmbito rural, mas também no que se refere à presença da igreja no mundo do operariado urbano. Diante da satisfação existente pelos resultados adquiridos pela pastoral popular, parece necessário advertir seus limites para continuar a avançar nesse procesDescargas
Publicado
2009-06-17
Cómo citar
Perani, C. (2009). PASTORAL POPULAR E ASSALARIADOS RURAIS. Cadernos Do CEAS: Revista crítica De Humanidades, (233), 74–86. https://doi.org/10.25247/2447-861X.2009.n233.p74 - 86
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