MOÇAMBIQUE E A QUESTÃO DA TERRA: UM OLHAR AUDIOVISUAL

Autores/as

  • Tacilla Da Costa e Sá Siqueira Santos Universidade Federal da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.25247/2447-861X.2016.n237.pp.%20365-385

Resumen

A questão da terra é um dos pontos nevrálgicos de Moçambique, cujo destaque ampliou-se com a democratização do país em 1990 e a tentativa de adequação da economia ao novo contexto político interno e internacional, que inclui a possibilidade de investimentos privados, assim como o uso e a ocupação das terras moçambicanas. Não obstante a intenção de levar investimentos internacionais ao país, a disponibilização das terras depara-se com questões ambientais, legais – expressas na “lei de terras” –, e com a relação do povo moçambicano com as mesmas, não somente no que diz respeito a sua utilização para a subsistência ou para atividades econômicas, mas também a uma forte ligação de identidade e ancestralidade. Neste trabalho, buscamos colocar em discussão os desafios que envolvem a questão da terra em Moçambique, sobretudo relacionados à ocupação desta por grandes empresas estrangeiras. O “olhar” que lançamos para este fenômeno se dá, principalmente, através de dois filmes-documentários produzidos pela organização não governamental moçambicana Centro Terra Viva – Estudos e Advocacia Ambiental (CTV). Por meio de dois percursos audiovisuais, expressos nos filmes “Terra: Amanhã Será Tarde!” e “Quitupo Hoyé!”, aliados a pesquisa contextual referente, buscamos caminhos que desvelam a disputa que envolve cidadãos moçambicanos, o governo do país, organizações não governamentais, e empresas privadas internacionais, em uma lógica que coloca em confronto a estrangeirização das terras de Moçambique e os direitos dos seus habitantes.

Biografía del autor/a

Tacilla Da Costa e Sá Siqueira Santos, Universidade Federal da Bahia

Formada em Comunicação Social pela Universidade Católica do Salvador (UCSAL), é Doutora e Mestre em Administração pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atualmente desenvolve pesquisa de Pós-doutorado no Programa de Pós-graduação em Relações Internacionais da Universidade Federal da Bahia (PPGRI-UFBA) com bolsa de pesquisa concedida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). É pesquisadora do LABMUNDO – Laboratório de Análise Política Mundial. Na área acadêmica coordenou a graduação em Relações Internacionais do Centro Universitário Jorge Amado; Ministra/ministrou disciplinas ligadas ao campo da comunicação no Mestrado Multidisciplinar e Profissionalizante em Desenvolvimento e Gestão Social e Especialização em Gestão do Desenvolvimento e Responsabilidade Social da UFBA; no MBA de Responsabilidade Social Empresarial e Sustentabilidade da Universidade Salvador (UNIFACS); e da Especialização em Inovação, Sustentabilidade e Gestão do 3º Setor do Centro Universitário Jorge Amado. Atuou como docente na graduação de Comunicação Social da UNIME. Foi professora substituta por dois anos na Escola de Administração da UFBA, ministrando a disciplina “Comunicação”.  Atuou ainda em diversas organizações da sociedade civil, sendo a experiência mais expressiva a coordenação da área de Comunicação e Mobilização de Recursos do Grupo de Apoio à Prevenção à Aids da Bahia por quatro anos. Escreveu os livros “Doces Aguas da Bahia” e “Sentimentos “Trilheiros” - A história do Programa Trilha Jovem: Turismo e Inclusão Social pelo olhar dos seus principais atores”, além de diversos artigos acadêmicos publicados em revistas nacionais e internacionais, assim como capítulos de livros. Na área audiovisual possui curso em Técnicas de vídeo produção e introdução ao estúdio de televisão pela Goldsmiths University of London – Londres (UK), e curso de roteiro pelo SATED. É co-roteirista do filme infantil “A Bicicleta do Vovô”, exibido no Short Corner de Cannes e vencedor do Festival de Triunfo e da série infantil para TV “A Bicicleta do Vovô – a Série”, em fase de montagem.

 

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Publicado

2016-10-14

Cómo citar

Santos, T. D. C. e S. S. (2016). MOÇAMBIQUE E A QUESTÃO DA TERRA: UM OLHAR AUDIOVISUAL. Cadernos Do CEAS: Revista crítica De Humanidades, (237), 365–385. https://doi.org/10.25247/2447-861X.2016.n237.pp. 365-385

Número

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