TERRITÓRIOS QUILOMBOLAS
A EXPERIÊNCIA EDUCATIVA DE UM PASSADO EM COMUM PARA UM FUTURO COMUNITÁRIO
DOI:
https://doi.org/10.25247/2447-861X.2025.n264.p97-115Palabras clave:
Território quilombola, Escrita colaborativa, Contracolonização, Experiência educativaResumen
Esta escrita tem como inspiração as vivências e os diálogos que o grupo de pesquisa Peabiru: educação ameríndia e interculturalidade tem realizado no quilombo conhecido como Rincão dos Negros , e, a partir daí, refletir sobre o vivido numa perspectiva quilombola, histórica, numa relação intercultural e contracolonizadora. Enfatizamos o contexto quilombola na relação com o pertencimento coletivo e problematizamos o Estar-sendo no quilombo Rincão dos Negros, situado em Rio Pardo, no interior do Rio grande do Sul, pensando o movimento como um vetor que caminha numa experiência educativa do passado em comum ao futuro comunitário e que desestabiliza a lógica individualista de nossa sociedade. O quilombo em diálogo vive uma polarização buscando práticas que colaboram na simbolização das dualidades como as das igrejas católicas e as famílias quilombolas e brancas que disputam o mesmo território. A linguagem colonizadora dá-se no pensamento, no enfrentamento das estratégias frente às políticas públicas e no desafio da universidade no processo educativo dos sentidos mais profundos de uma contracolonização que dá-se no entrelaçamento entre ensino, pesquisa e extensão numa perspectiva participante e colaborativa. Desta forma, é que nos propomos a esta escrita colaborativa como uma experiência educativa e intercultural, compreendendo a perspectiva de um pensamento situado numa geocultura que tem como raiz do conhecimento a cultura do solo e das lutas vividas.
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