FRACASSO OU INJUSTIÇA ESCOLAR? DAS IMPOSSIBILIDADES DO ALUNO À COMPREENSÃO DO FENÔMENO
DOI:
https://doi.org/10.25247/2447-861X.2023.n258.p70-85Palavras-chave:
Desigualdades, Fracasso escolar, Formação de professoresResumo
Este artigo tem como objetivo analisar o chamado fracasso escolar. Questiona a ideia de fracasso, argumentando que é preciso pensar na responsabilidade pelo mesmo. Partindo de estudos que apontam a desigualdade educacional como um dos fatores que conduz ao que se convencionou chamar de fracasso, aponta alguns fatores que podem ser responsáveis pelos baixos índices de aprendizagem na escola brasileira, tanto de alunos mais pobres quanto de mais ricos. O artigo caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica, assumindo o estilo de um ensaio. Dialogando com autores contemporâneos, brasileiros ou não, fala sobre a questão da justiça escolar, que está na base da ideia do fracasso. Critica o Estado pelo discurso que normaliza a desigualdade social e educacional. Aponta a formação de professores como um ponto de partida para a superação das distorções que levam a aceitar o discurso de senso comum que coloca no estudante a culpa pelo próprio fracasso. Por fim, conclui que, mais do que rotular os estudantes com palavras como sucesso ou fracasso, é preciso compreender as causas que conduzem à não aprendizagem para começar a superar as dificuldades.
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