O DIREITO À MORADIA NAS CIDADES SOB A PERSPECTIVA CAMPONESA: UMA REFLEXÃO ATRAVÉS DA RESISTÊNCIA INDIVIDUAL E EM GRUPO

Autores

  • Paula Adelaide Mattos Santos Moreira Residência em Arquitetura e Urbanismo + Engenharia - Assistência Técnica, Habitação e Direito à Cidade (PPGAU/UFBA); Grupo de Pesquisa GeografAR (POSGEO/UFBA); Grupo de Pesquisa Arqpop (PPGAU/UFBA) http://orcid.org/0000-0003-0095-0121

DOI:

https://doi.org/10.25247/2447-861X.2020.n251.p587-602

Palavras-chave:

Direito à Moradia. Resistência Camponesa. Territorialização e Territorialidades. Relação Rural-Urbano.

Resumo

O presente texto faz parte das reflexões oriundas da tese de doutorado da autora, defendida em 2017, na Universidade Federal da Bahia – UFBA, e inseridas no conjunto da problemática abordada pelo Grupo de Pesquisa GeografAR (PósGeo/ UFBA). Seu objetivo é trazer reflexões sobre o direito à moradia na perspectiva camponesa em seu processo de desterritorialização, quando são obrigados a migrar para as cidades e de reterritorialização, quando tentam imprimir nas cidades seu modo de vida camponês. Como metodologia, aborda-se a questão do rural e urbano no contexto brasileiro e, a partir daí, trata-se da realidade e das estratégias de um camponês isolado, que não e insere num grupo social, porém, luta para manter seu modo de vida e a de um conjunto de camponeses que se insere num grupo social que luta por moradia no contexto da cidade de Salvador. As reflexões advindas a partir dos casos estudados indicam processos de desterritorialização decorrentes do êxodo rural, que são consequentes das perspectivas sociais de inviabilização do acesso à terra. Assim sendo, foram comuns a ambos, situações de sofrimento e, para além deste, de resistência camponesa no meio urbano. Visualiza-se, a partir destes exemplos, que o camponês se prejudica no seu processo de perda territorial, porém estes mesmos sujeitos trazem à tona formas de se reterritorializar a partir da luta pela manutenção de seu modo de vida, mesmo com dificuldades.

Biografia do Autor

Paula Adelaide Mattos Santos Moreira, Residência em Arquitetura e Urbanismo + Engenharia - Assistência Técnica, Habitação e Direito à Cidade (PPGAU/UFBA); Grupo de Pesquisa GeografAR (POSGEO/UFBA); Grupo de Pesquisa Arqpop (PPGAU/UFBA)

Bacharel em Arquitetura e Urbanismo e Licenciada em Desenh e Plástica, ambos pela UFBA; Mestre em Geografia (IGEO/UFBA) e Doutora em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU/UFBA). Pesquisadora nos Grupos de Pesquisa GeografAR (IGEO/UFBA) e Arqpop (PPGAU/UFBA). Professora Colaboradora da Residência em Arquitetura e Urbanismo + Engenharia - Assistência Técnica, Habitação e Direito à Cidade (PPGAU/UFBA) e Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário - INCRA. Membro atual do sindicato das/os Arquitetas/os da Bahia (Sinarq-BA).

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Publicado

2020-12-29

Como Citar

Moreira, P. A. M. S. (2020). O DIREITO À MORADIA NAS CIDADES SOB A PERSPECTIVA CAMPONESA: UMA REFLEXÃO ATRAVÉS DA RESISTÊNCIA INDIVIDUAL E EM GRUPO. Cadernos Do CEAS: Revista crítica De Humanidades, 45(251), 587–602. https://doi.org/10.25247/2447-861X.2020.n251.p587-602

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