ENTRE A VIDA E A MORTE

A NECROPOLÍTICA NA ERA DA COLONIZAÇÃO E DA INIMIZADE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25247/2447-861X.2025.n264.p116-145

Palavras-chave:

Necropolítica, Colonialismo, Neoliberalismo, Corpos subalternos, Inimizade

Resumo

O presente artigo investiga as intersecções entre necropolítica, colonialismo e neoliberalismo, destacando como essas dinâmicas afetam a vida de corpos subalternos. Argumenta-se que a colonização despersonaliza indivíduos, transformando-os em mercadorias e relegando-os a zonas de inexistência social. A análise se fundamenta em conceitos de inimizade e controle social, evidenciando que a identificação de inimigos é crucial para a manutenção de sociedades marcadas pela exclusão. A necropolítica é um sistema que não apenas regula a vida, mas também decide quem merece viver e quem pode ser descartado, refletindo uma lógica de poder que prioriza determinados corpos em detrimento de outros. Enfatiza-se a importância de dar voz às narrativas subalternas, rompendo com a cultura de apagamento promovida pelo colonialismo e pelo neoliberalismo. Ao contar essas histórias, busca-se revelar as engrenagens do poder global e desafiar as estruturas que perpetuam desigualdade e violência. Este estudo contribui para uma compreensão mais profunda das formas contemporâneas de opressão e das relações de poder que moldam a experiência de grupos marginalizados na sociedade atual.

Biografia do Autor

João Vítor Alcântara Jorge, Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

Doutorando em Filosofia na Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Mestre em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Bacharel em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas).

Referências

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Publicado

2025-08-21

Como Citar

Jorge, J. V. A. (2025). ENTRE A VIDA E A MORTE: A NECROPOLÍTICA NA ERA DA COLONIZAÇÃO E DA INIMIZADE. Cadernos Do CEAS: Revista crítica De Humanidades, 50(264), 116–145. https://doi.org/10.25247/2447-861X.2025.n264.p116-145

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