ELITE GESTORA DA CULTURA NOS GOVERNOS ESTADUAIS (2019- 2022)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25247/2447-861X.2023.n258.p103-128

Palavras-chave:

Elite, Governo, Política, Cultura

Resumo

O objetivo do artigo é analisar se, onde e como ocorreu o alinhamento entre o perfil das elites gestoras das políticas culturais estaduais com aquele estabelecido pelo Governo Federal no setor durante do governo Bolsonaro (2019-2022). A hipótese é de que onde o arranjo político estadual era favorável ao governo Bolsonaro, a gestão da cultura foi entregue a agentes de fora do campo, tanto como expressão do descompromisso com o setor e do apoio ao presidente da República, quanto como resposta às demandas de cargo por parte da coalizão estadual. Para dar conta do problema de pesquisa – que pode ser expresso pelas seguintes perguntas: quem são esses agentes que compõem as elites gestoras de cultura nos estados? Quais seus recursos? - foi feito um
levantamento dos gestores máximos de cultura dos 26 estados e a criação de um banco de dados que reuniu informações sobre
as seguintes variáveis em relação à trajetória dos referidos agentes: formação superior; ocupações profissionais; cargos de
confiança; cargos políticos eletivos; e produção simbólica.

Biografia do Autor

Alexandre Almeida Barbalho, Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza, CE, Brasil

Doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor permanente do Programa de Pós-graduação em Sociologia e do Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas da Universidade Estadual do Ceará (UECE)

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Publicado

2023-04-03

Como Citar

Barbalho, A. A. (2023). ELITE GESTORA DA CULTURA NOS GOVERNOS ESTADUAIS (2019- 2022). Cadernos Do CEAS: Revista crítica De Humanidades, 48(258), 103–128. https://doi.org/10.25247/2447-861X.2023.n258.p103-128

Edição

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Artigos Temática Livre

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