Catolicismo e Representação Política no Pensamento de Carl Schmitt
Resumo
O artigo trata da relação entre o catolicismo e a natureza do político em Carl Schmitt, investigando as noções de complexio oppositorum e representação, trabalhadas na obra Catolicismo Romano e Forma Política, e qual a sua influência para o estabelecimento do vínculo entre uma típica racionalidade jurídica presente no modo hierárquico de organização da Igreja católica e a ideia de representação política. O objetivo do trabalho é entender parte da crítica schmittiana ao funcionamento das democracias liberais a partir da consideração de que na articulação entre a representatividade católica e o poder estatal restaria o sentido do político, cuja reprodução estaria incapacitada pelas instituições modernas em virtude da negação discursiva da validade de uma dimensão teológica como essencial à dinâmica funcional institucionalizada do poder político, característica do processo de secularização e diferenciação social na modernidade.Referências
ARGÜELLO, Katie (2000). “Decisionismo: um Confronto entre Max Weber e Carl Schmitt” In: Revista da Faculdade de Direito da UFPR. Curitiba, v. 33, p. 65-81.
BERMAN, Harold (2006). Direito e Revolução: a formação da tradição jurídica ocidental. São Leopoldo: Editora Unisinos.
CASTELO BRANCO, Pedro Hermílio Villas Bôas (2006). “A Sociologia dos Conceitos e a História dos Conceitos: um Diálogo entre Carl Schmitt e Reinhert Koselleck” In: Sociedade e Estado, Brasília, v. 21, n. 1, jan./abr. 2006, p. 133-138.
FERREIRA, Bernardo. (2004 a) O Risco do Político: crítica ao liberalismo e teoria política no pensamento de Carl Schmitt. Belo Horizonte: Editora UFMG.
_______. (2004 b) “Schmitt, Representação e Forma Política” In: Revista Lua Nova, São Paulo, nº 61, p. 25-51.
KALYVAS, Andreas (2008). Democracy and the Politics of the Extraordinary: Max Weber, Carl Schmitt and Hannah Arendt. New York: Cambridge University Press.
KELLY, Duncan (2004). “Carl Schmitt’s Theory of Representation”. In: Journal of the History of Ideas. Vol. 65, n. 1, jan./2004, p. 113-14.
KOSELLECK, Reinhart (1999). Crítica e Crise: uma contribuição à patogênese do mundo burguês. Rio de Janeiro: Contraponto.
_______ (2006). Futuro Passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto.
LUTERO, Martinho & CALVINO, João (2005). Sobre a Autoridade Secular. São Paulo; Wmf Martins Fontes.
MARRAMAO, Giacomo (1997). Céu e Terra: genealogia da secularização. São Paulo: Fundação Editora da UNESP.
_______ (1995). Poder e Secularização: as categorias do tempo. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista.
MARDER, Michael (2008). “Carl Schmitt’s ‘Cosmopolitan Restaurant’: Culture, Multiculturalism, and Complexio Oppositorum” In: Telos, n. 142 (Spring 2008), p. 29-47.
PIERUCCI, Antonio Flavio (1998). “Secularização em Max Weber: da Contemporânea Serventia de Voltarmos a Acessar aquele Velho Sentido”. In: Revista Brasileira de Ciências Sociais. vol. 13, n. 37, São Paulo, pp. 43-73.
ROSSI, Miguel Ángel (2009). “A Problemática da Representação Política no Pensamento de Carl Schmitt”. In: Prometeus Filosofia em Revista. a. 2, n. 4, jul./dez., p. 88-102.
SCHMITT, Carl. (1998) Catolicismo Romano e Forma Política. Trad. Alexandre Franco de Sá. Lisboa: Hugin Editores.
_______. (2009) Teología Política. Trad. Francisco Javier Conde y Jorge Navarro Pérez. Madrid: Editorial Trotta.
WEBER, Max. (2004) A Ética Protestante e o ‘Espírito’ do Capitalismo. São Paulo: Companhia das Letras.
_______. (1999) Economia e Sociedade. Brasília: Editora Universidade de Brasília.
TRUBEK, David (2007). “Max Weber sobre Direito e Ascensão do Capitalismo”. In: Revista Direito GV. vol. 3, n. 1, pp. 151-186.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
O autor declara ser inédito o presente artigo, bem como não estar o mesmo sujeito a qualquer outro processo de submissão para outra revista científica.
O autor autoriza a publicação do artigo pela Revista e tem ciência sobre a não remuneração em virtude de sua publicação, não cabendo nenhum direito autoral de cunho patrimonial.
Ainda, na condição de autor, assume a responsabilidade civil e penalmente pelo conteúdo do trabalho publicado, após ter lido as diretrizes para autores e ter concordado com elas.
O trabalho pode ser acessado por qualquer interessado e reproduzido e/ou publicado desde que seja realizada a devida referência à autoria e ao periódico.